O
depoimento do empresário Carlos Wizard, que teria feito parte de um grupo de
aconselhamento sobre a pandemia, está marcado para a quinta-feira, a partir das
9h
A
CPI da Pandemia tem uma série de depoimentos na agenda desta semana. Nesta
terça-feira (15), às 9h, a
comissão vai ouvir o ex-secretário de Saúde do estado do Amazonas Marcellus
Campelo. Na quarta-feira (16), também às 9h, será a vez de Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro.
Witzel, no entanto, tenta um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF)
para não comparecer à CPI.
Na
quinta-feira (17), a partir das 9h, a CPI deve ouvir o empresário Carlos Wizard
e o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, do Tribunal de Contas da
União (TCU). De acordo com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), autor do
requerimento de convocação de Wizard, o empresário é “alegadamente membro” de
um ministério paralelo da Saúde, responsável pelo aconselhamento extraoficial
do governo com relação às medidas de enfrentamento da pandemia. Wizard manteve
encontros com o então ministro da Saúde Eduardo Pazuello e estaria à frente da
criação do chamado "gabinete paralelo". O "aconselhamento",
destaca o senador, incluiria a sugestão de medicamentos sem eficácia comprovada
e a promoção da chamada "imunidade de rebanho" pela disseminação do
vírus entre a população.
O
senador Alessandro Vieira também é autor de um dos requerimentos de convocação
do auditor Alexandre Marques. Segundo o senador, a audiência permitirá
esclarecer os detalhes da participação do auditor na inclusão, no sistema do
TCU, de documento que nega o número de mortos na pandemia de covid-19. Inserido
no sistema sem base nos relatórios do tribunal e sem sua anuência, o arquivo de
Marques foi desmentido pelos demais auditores.
O
documento inserido por Marques, que minimiza o número de mortes, foi mencionado
em seguida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Em resposta,
o TCU registrou que “não há informações em relatórios do tribunal que apontem
que em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por covid,
conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”. O tribunal também informou
que foi instaurado um procedimento interno para apurar a conduta do servidor.
"Tratamento precoce"
Na
sexta-feira (18), às 9h, haverá uma audiência pública interativa com dois
médicos infectologistas: Ricardo Dimas Zimmermann e Francisco Eduardo Cardoso
Alves. Zimmermann é médico executivo do serviço de Controle de Infecção do
Hospital da Brigada Militar (HBM) de Porto Alegre (RS). O médico já deu declarações
à imprensa em defesa de remédios como a cloroquina e a ivermectina no
tratamento contra a covid.
Francisco
Eduardo Cardoso Alves é diretor-presidente da Associação Nacional dos Médicos
Peritos da Previdência Social (ANMP). Ele teria sido um dos coautores da nota
informativa do Ministério da Saúde que dava orientações para o "tratamento
precoce" da covid-19, publicada em agosto de 2020. Depois, a orientação
foi retirada.
Funcionários do Ministério da Saúde
O
senador Alessandro Vieira anunciou que vai recorrer da decisão do STF que,
nesta segunda-feira (14), anulou as quebras de sigilo de dois ex-funcionários
do Ministério da Saúde. O senador foi o autor dos requerimentos da CPI. A
decisão do ministro Luís Barroso indica que faltaram justificativas para afastar
os sigilos telefônico e de dados de Camila Giaretta, ex-diretora de Ciência e
Tecnologia do ministério, e Flávio Werneck, ex-assessor de Relações
Institucionais da pasta. Em entrevista ao portal Metrópoles, Alessandro Vieira
disse que vai apresentar os recursos e, se necessário, protocolar novos
requerimentos com o mesmo teor.
Fonte:
Agência Senado

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