Os
indicados ainda passarão pela votação do Plenário do Senado
A
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou nesta segunda-feira (5) dois
indicados pelo presidente da República para integrarem o Tribunal Superior do
Trabalho (TST). As indicações de Amaury Rodrigues Pinto Junior e Alberto Bastos
Balazeiro ainda têm que ser votadas pelo Plenário, o que pode ocorrer ainda
nesta semana de esforço concentrado. O presidente da CCJ é o senador Davi
Alcolumbre (DEM-AP). A votação foi feita no método antigo, em cédulas de papel
depositadas pelos senadores em uma urna de madeira; os votos foram apurados
manualmente pelos senadores.
Aprovada
com 19 votos a favor, um voto contrário e uma abstenção, a indicação
de Amaury Rodrigues Pinto Junior para o TST foi relatada pelo senador Vanderlan
Cardoso (PSD-GO).
— No
seu discurso a gente viu que o senhor era uma pessoa de família, responsável e
justa. É disso que nós estamos precisando no TST — afirmou o relator.
Amaury
foi indicado para assumir uma vaga reservada a juízes oriundos dos Tribunais
Regionais do Trabalho (TRT). O magistrado atua em Campo Grande (MS) e integra a
lista tríplice aprovada pelo TST para ocupar a vaga deixada pelo ministro
Márcio Eurico Vitral Amaro.
No relatório,
Vanderlan informa que o indicado ingressou na magistratura em 1989, já tendo
sido desembargador, vice-presidente do TRT da 24ª Região e vice-presidente do
Conselho Nacional de Escolas de Magistratura do Trabalho. É presidente e
corregedor do TRT atualmente. “Em sua argumentação escrita, demonstra experiência
profissional, formação técnica adequada e afinidade intelectual e moral com o
cargo para o qual fora indicado”, acrescenta o relator.
Em
resposta ao senador Fabiano Contarato (Rede-ES), Amaury Pinto Junior disse que
o trabalhador, como qualquer cidadão, tem o direito constitucional de aceitar
ou rejeitar ser vacinado contra covid-19. Segundo o magistrado, o trabalhador
não pode sofrer punição seja qual for sua opção.
— O
trabalhador tem o direito de ser vacinado, mas ele também tem o direito de dizer
"não, eu tenho medo, eu não quero ser injetado por alguma coisa em que eu
não acredite". (...) O direito do trabalhador de ser vacinado ou de
recusar a vacina é sagrado, é constitucional, e isso não pode importar, então,
em dispensa com justa causa ou mesmo em advertência, em nenhuma penalidade,
porque é um direito do cidadão, um direito como cidadão — disse Amaury.
Aprovado
com 20 votos a favor, uma abstenção e um voto em branco, Alberto Bastos
Balazeiro é atualmente procurador-geral do Trabalho.
Balazeiro
foi indicado
para ocupar a vaga destinada a membro do Ministério Público do Trabalho,
decorrente da aposentadoria do ministro João Batista Brito Pereira.
—
A lei é, portanto, uma conquista civilizatória. É a demonstração de que a
sociedade atingiu sua plena maturidade política. Os textos legais expressam
significados políticos do pacto que sustenta e alicerça a sociedade. Daí emerge
a necessidade de pleno acatamento à legalidade vigente, pois ela garante o
respeito à liberdade e à igualdade. Tenho plena consciência do relevante papel
da corte superior do trabalho para garantir os caminhos da paz social e do
justo equilíbrio das relações entre capital e trabalho. A aplicação da norma
jurídica é um dos momentos mais sublimes da própria razão de ser da construção
legislativa, pois é nesse momento que a referida norma se distancia do campo da
abstração, na qual foi concebida, para se imiscuir no mundo da vida, transformando
realidades — afirmou Balazeiro.
O relator
da mensagem foi o senador Antonio Anastasia (PSD-MG).
—
Ambas as exposições foram muito claras, muito sólidas, muito profundas e
demonstraram de modo cabal a capacidade de ambos para o exercício das funções —
disse Anastasia.
Balazeiro
é mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília e especialista em
Direito Civil e Direito Processual Civil pela Universidade Estácio de Sá. É
presidente do Conselho Nacional do Ministério Público.
—
Estou consciente da profunda responsabilidade que acompanha essa indicação,
tendo em vista a centralidade institucional que o Tribunal Superior do Trabalho
desempenha na estabilização da jurisprudência trabalhista e, com isso, nas
relações de trabalho em nosso país — acrescentou Balazeiro.
A
senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) afirmou que o TST é uma instituição que tem
papel relevante no atual momento do país.
—
Neste momento tão difícil, em que precisamos reconstruir empresas, retomar o
crescimento no sentido também de gerar empregos. Nós precisamos de um caminho
de equilíbrio no nosso país em relação a proteger empregados e empregadores
também, um depende do outro — disse Thronicke.
Por
sua vez, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) informou que quase metade da
população economicamente ativa do Brasil está fora do mercado de trabalho.
—
Nós estamos falando de mais de 33 milhões de pessoas subutilizadas no país, nós
estamos falando de 15 milhões de desempregados. Parece tão simples! São
números, mas, por trás de cada número, há a vida de pessoas desalentadas, que
já estão em 6 milhões, que desistiram de procurar emprego porque se cansaram de
ir atrás de uma placa escrita assim: "precisa-se de", porque eles vão
encontrar uma outra placa: "não há vagas". É muito triste — avaliou
Tebet.
Também
participaram da sabatina
os senadores Esperidião Amin (PP-SC), Marcos do Val (Podemos-ES) e outros.
Os indicados também responderam perguntas sobre o papel da mediação na
resolução de questões trabalhistas; necessidade de desburocratização; efeitos
das reformas trabalhistas; teletrabalho e outros temas.
Fonte:
Agência Senado

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