Renan
Calheiros, Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Eliziane Gama criticam atuação do
governo federal no combate à pandemia
A
continuidade do "apagão de dados" da saúde, que tem dificultado uma
avaliação precisa da situação da covid-19 no Brasil, em meio à propagação da
variante ômicron e à polêmica sobre a vacinação de crianças, foi tema de
comentários dos senadores nas redes sociais nos últimos dias. Um deles,
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou nesta terça-feira (11) ter protocolado
requerimento de nova CPI sobre o tema, nos moldes da ocorrida em
2021. Para uma CPI ser criada, são necessárias as assinaturas de um terço
dos 81 membros do Senado, ou seja, 27 senadores.
Randolfe,
que foi vice-presidente da CPI da Pandemia, citou uma série de novos motivos
para o requerimento, além do apagão de dados: "Entre outros pontos,
teremos como foco: atraso e insuficiência na vacinação infantil; insuficiência de
provisão para doses de reforço em 2022; ataques do presidente da República aos
técnicos da Anvisa e à vacinação da população adulta e infantil; a
insuficiência da política de testagem; e o apagão de dados do Ministério da
Saúde, com as suas consequências no correto monitoramento da evolução da
pandemia", escreveu.
Relator
da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL) declarou apoio à proposta de
Randolfe de uma nova CPI, opinando que já existem "fatos novos e
determinados" que justificam sua abertura: "Boicote à vacinação
infantil, apagão de dados no Ministério da Saúde, tocado por um sabujo, além da
explosão de casos. Bolsonaro é um delinquente reincidente. O Congresso está
omisso diante do resgate do genocídio. Eles só respeitam CPI",
concluiu, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga.
O
presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), lembrou que na
última segunda-feira (10) o apagão completou um mês, iniciado por um ataque
hacker ao sistema ConecteSUS, aplicativo que emite certificados de vacinação. "O
Brasil segue sem saber o tamanho real da nova onda de contaminações provocada
pela variante ômicron. É muito importante que os dados sejam recuperados. Um
momento crítico em que precisamos de todas as informações para podermos vencer
o inimigo", alertou.
A
senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) fez uma crítica no mesmo tom: "O
sistema falho deixa os cientistas em voo cego e atrapalha pesquisas,
especialistas e prejudica análises epidemiológicas."
No
site do Ministério da Saúde, diversas páginas de serviços sobre a covid-19,
como o Painel Coronavírus, que informa o número de óbitos, e o LocalizaSus, que
reúne dados sobre vacinação, continuam com dados defasados ou instáveis desde
dezembro. Segundo o Ministério da Saúde, o aplicativo ConecteSUS foi
restabelecido no dia 23 de dezembro. Desde então, porém, usuários continuam a
relatar demora na atualização das informações.
Fonte:
Agência Senado
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