O presidente do Senado ressaltou que muitos líderes "manifestaram dificuldade, em razão da complexidade do tema, de uma apreciação" nesse prazo
O
novo Código Eleitoral, previsto no Projeto de Lei Complementar (PLP) 112/2021, pode
não ser votado até 2 de outubro — a matéria teria de ser aprovada até essa data
para valer já nas eleições de 2022. A avaliação foi feita nesta quarta-feira
(22) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Aprovado
na Câmara dos Deputados na madrugada do último dia 16, o projeto do novo código
consolida, em um único texto, a legislação eleitoral e temas de resoluções do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Câmara retomou na proposta o tema da
quarentena, que seria exigida de certas categorias para que possam disputar
eleições.
Rodrigo
Pacheco ressaltou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, lhe fez um apelo,
logo após a aprovação do projeto pelos deputados federais, para que o Senado
apreciasse a matéria em tempo hábil, ou seja, até 2 de outubro, a fim de que as
alterações previstas pudessem vigorar já a partir das eleições de 2022.
"Teríamos só até a próxima semana para essa apreciação no Senado. Então, eu me
incumbi de apresentar esse apelo do presidente da Câmara aos líderes do Senado.
E muitos líderes partidários manifestaram dificuldade, em razão da complexidade
do tema, de uma apreciação a tempo de se cumprir a regra da anualidade", relatou Pacheco.
O
presidente do Senado se referia ao artigo 16 da Constituição, segundo o qual
"a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência".
Pacheco
disse que ainda vai conversar com o presidente da Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o relator da
matéria, senador Antonio Anastasia (PSD-MG) para “exaurir todas as
possibilidades”.
"Isso não se esgotou ainda. Se for possível apreciar, nós vamos nos esforçar para
isso. Se infelizmente chegarmos à conclusão, que já está sendo indicada aqui na
reunião de líderes, de que não será possível, infelizmente teremos que apreciar
ao longo dos meses o novo Código Eleitoral. E [nesse caso] ele não se aplicaria
às eleições de 2022 ", destacou.
O
senador Marcelo Castro (MDB-PI) está entre os parlamentares que acreditam não
haver tempo hábil para discutir e votar o projeto do novo Código Eleitoral até
2 de outubro.
"Não é prudente nós votarmos um código eleitoral que consolida várias leis
importantes, como o Código Eleitoral, a Lei das Eleições, a Lei dos Partidos
Políticos, a Lei das Inelegibilidades, a Lei do Plebiscito, várias leis, 898
artigos. Além disso, houve muitas modificações. Muita coisa é consolidação do
que já existe, mas também há muitas modificações. Nós não conseguiríamos votar
isso até o final do mês. Então há um consenso entre todos os líderes para não
votar o projeto agora, para que nós possamos nos debruçar sobre o texto e
poder, então, fazer uma coisa com mais profundidade e mais segurança", disse
Castro.
Fonte:
Agência Senado

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