Foto: Agência Senado
O
ex-senador e ex-vice-presidente faleceu no dia 12 de junho, aos 80 anos.
Plenário 2 da Ala Nilo Coelho passará a se chamar "Sala Marco Maciel"
O
nome de Marco Maciel, ex-senador e ex-vice-presidente da República, será
homenageado com uma sala no Congresso Nacional destinada a reuniões de
comissões — o plenário 2 da Ala Nilo Coelho do Senado. A homenagem póstuma,
proposta pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT) e relatada pelo senador Jayme
Campos (DEM-MT), foi aprovada no Plenário desta terça-feira (29). A matéria vai
à promulgação.
Marco
Maciel morreu aos 80 anos, em 12 de junho, em decorrência de um quadro
infeccioso respiratório. Há sete anos ele sofria do mal de Alzheimer.
Para
Wellington Fagundes, Marco Maciel, que também foi governador de Pernambuco, era
como um “ídolo” e parte como uma inspiração para os jovens brasileiros. O
senador ainda nomeou o pernambucano como um “exemplo de valorização da conduta
e do saber”.
— Eu,
particularmente, juntamente com os homens públicos da minha geração, testemunhei
seu talento e sua dedicação no desempenho de todos esses papeis. Por isso,
acredito que o culto à memória de Marco Maciel é uma resposta positiva aos
anseios dos jovens brasileiros em busca de inspiração para a nossa vida
cívico-política — comemorou o autor da proposta.
Os
senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Fernando Bezerra (MDB-PE) também
registraram a homenagem:
—
Ficaremos muito honrados de, ao ler, de quando em quando, o nome de Marco
Maciel, e vamos nos recordar do grande exemplo que ele deixou — disse
Esperidião.
—
Essa homenagem do Senado vai abrir uma página importante entre tantas
homenagens que Marco Maciel será alvo não só no Brasil, mas, de forma
particular, no meu estado, em Pernambuco. Ele servirá certamente de inspiração
para as novas gerações pela sua lição de vida como homem público, sempre muito
reto e sempre apostando no diálogo e no entendimento — pontuou
Bezerra.
Trajetória
Nascido
em 21 de julho de 1940, no Recife (PE), Marco Maciel iniciou a carreira
política ainda na universidade. Em 1963, foi presidente da União dos Estudantes
de Pernambuco e chegou a disputar o comando da União Nacional dos Estudantes
(UNE), sendo derrotado pelo senador José Serra (PSDB-SP). Poucos anos depois,
em 1966, foi eleito deputado estadual por Pernambuco, pela Aliança
Renovadora Nacional (Arena).
No
Legislativo federal, cumpriu três mandatos como deputado e presidiu a Câmara
entre 1977 e 1979. Na sequência, foi indicado governador de Pernambuco (1979 a
1982) pelo então presidente Ernesto Geisel. Durante o governo José Sarney,
Maciel atuou como ministro da Educação e Cultura (1985 a 1986) e ministro-chefe
do Gabinete Civil da Presidência da República (1986 a 1987).
Nas
eleições de 1986, o parlamentar iniciou a trajetória no Senado. Em 1994, foi
eleito vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) — cargo que ocupou até 2002. No ano
seguinte, ele voltou ao Senado para o exercício de um novo mandato, encerrado
em 2011. A ligação com a política brasileira durou quase 50 anos.
Perfil
De
acordo com Wellington Fagundes, Marco Maciel despontou, nos oito anos do
governo FHC, como um vice discreto e influente, exibindo um perfil de
negociador ao longo da carreira política. Ele mantinha bom trânsito no Congresso
Nacional, o que levou o presidente Fernando Henrique a alçá-lo como articulador
político, desempenhando importante papel nas reformas implementadas pelo
governo.
Na
eleição presidencial de 2002, apoiou a candidatura de José Serra (PSDB) à
Presidência da República — pleito que acabou sendo vencido por Luiz Inácio Lula
da Silva (PT). Nessa ocasião, foi o candidato a senador mais votado por
Pernambuco, permanecendo no cargo até 2011, período em que atuou na oposição
ao governo Lula.
Para
o senador Jayme Campos, a homenagem ao ex-senador Marco Maciel, "pela
projeção e coerência de sua trajetória política, com extensa folha de serviços
prestados ao país", é merecida.
"Foi
um dos homens públicos mais completos de sua geração, com grandes demonstrações
de equilíbrio, correção, lealdade e elevado preparo intelectual",
sintetiza o relator no parecer.
Fonte:
Agência Senado

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