O
Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
aprovou, por unanimidade, em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (3),
a outorga do título de Doutora Honoris Causa para a dramaturga, poetisa e
escritora Maria de Lourdes Nunes Ramalho, que morreu em setembro do ano
passado, aos 99 anos. O Honoris Causa concedido In Memoriam à dramaturga é a
mais alta honraria outorgada pela Instituição.
A
Resolução com a homenagem póstuma foi resultado de uma proposta encaminhada
pelo Departamento de Letras e Artes (DLA) do Centro de Educação (CEDUC),
apresentada pelo professor Diógenes André Vieira Maciel e pela professora
Ludmila Mota de Figueiredo Porto, como reconhecimento ao legado deixado por
Lourdes Ramalho. A proposta destacou a reconhecida contribuição intelectual,
acadêmica, cultural e artística da homenageada e sua vasta obra nos campos da
dramaturgia e poesia, com vários títulos publicados e encenados.
Na
sessão que resultou na aprovação da honraria à Lourdes Ramalho, o reitor Rangel
Junior destacou o legado e as contribuições da homenageada para a Cultura e a
Arte paraibanas. Ele corroborou as palavras da relatora da proposta, professora
Ivonildes Fonseca, que enalteceu a vida e a trajetória de Lourdes Ramalho que,
com 15 anos de idade, saiu do Rio Grande do Norte e passou a morar na cidade de
Santa Luzia, se mudando, em 1958, para Campina Grande, onde fixou residência.
A
professora discorreu sobre a história de Maria de Lourdes Nunes Ramalho e
destacou que a homenageada esteve em uma ligação afetiva e física na “Casa Mãe
Terra” até o ano de 2019 e, da sua atuação profissional, deixou mais de uma
centena de obras publicadas, encenadas e não publicadas, tendo recebido
diversos prêmios em âmbito local, nacional e internacional. “Diante do volume e
da importância da sua obra, emerge a curiosidade sobre seu cotidiano, sobretudo
porque ela viveu na época em que o lugar social da mulher estava ‘determinado’
e, consequentemente, as atividades que elas deveriam assumir. A prática da
leitura, hoje, livre, era uma atividade vigiada e não permitida às mulheres”,
observou professora Ivonildes.
Ela
também considerou oportuna a homenagem do Consuni no Centenário Lourdes Ramalho
e enfatizou o lançamento da obra inédita “Chã dos Esquecidos”, em parceria com
a UEPB, a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) e herdeiro responsáveis pelo
espólio da escritora. Ivonildes destacou, ainda, que “a concessão do título de
Doutora Honoris Causa traduz o reconhecendo da UEPB a Lourdes Ramalho que, com
as suas obras e biografia, enobrece a vida humana, provoca pesquisa científica,
nos faz refletir, aprender sobre comportamentos culturais, fortalece a nossa
capacidade de sonhar e renova o nosso viver”.
“Lourdes
Ramalho, sensível, generosa, habilidosa, persistente e determinada marca
indelevelmente a dramaturgia, um mundo que era de predomínio masculino, e
torna-se personalidade na História”, frisou a relatora. A escritora e dramaturga
morreu em Campina Grande, no dia 7 de Setembro de 2019. Nascida em 1920, no Rio
Grande do Norte, ela tinha uma identidade forte com Campina Grande, onde passou
a ser reconhecida, inicialmente, em sua atividade docente e, posteriormente,
enquanto dramaturga e empreendedora cultural, época em que a própria escritora
toma consciência de sua veia artística.
Autora
de uma extensa obra para o teatro, Lourdes Ramalho conquistou muitos prêmios,
homenagens e indicações com seus trabalhos dentro e fora do Brasil. Entre as
peças de maior sucesso da autora estão “Fogo Fátuo” (1974), “As Velhas” (1975)
e “A Feira” (1976), entre outras obras que ficaram para a posteridade.
Fonte: www.uepb.edu.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário