Na ocasião foram apresentadas propostas para o combate à fome, pobreza e
desigualdade; mudanças climáticas, transição energética e desenvolvimento
sustentável; reforma do sistema de governança global; inclusão e diversidade; e
inovação e futuro do mundo do trabalho.
Pelo menos 200 jovens de 42 municípios do Sertão, Agreste, zonas da Mata e
Região Metropolitana do Recife (RMR) se reuniram nesta quinta-feira (25), no
Espaço Mandaru da Aldeia Pedra D’água, território Indígena Xukuru do Ororubá,
em Pesqueira, para compilar as propostas reunidas nas escutas que irão ser
apresentadas ao Y20, grupo oficial de engajamento das juventudes do G20. O
momento foi coordenado pela Secretaria da Criança e Juventude de Pernambuco
(SCJ-PE), em parceria com o Unicef e a Fundação Roberto Marinho, entre outros
parceiros.
O encontro serviu para ampliar o debate sobre cinco temas prioritários: combate
à fome, pobreza e desigualdade; mudanças climáticas, transição energética e
desenvolvimento sustentável; reforma do sistema de governança global; inclusão
e diversidade; e inovação e futuro do mundo do trabalho. “Todas as temáticas
abordadas são importantes, mas o desafio dos que estão aqui hoje é mudar o
presente, buscando dizimar o extermínio de jovens pretos e periféricos,
protegendo as crianças e adolescentes e dando-lhes condições de viver em
plenitude agora. O futuro será uma consequência do que construirmos agora”,
frisou o secretário da Criança e Juventude, Ismênio Bezerra.
Siellen Souza, de 20 anos, é embaixadora da juventude e mobilizadora do Núcleo
de Cidadania dos Adolescentes da Cidade de Arcoverde, no Agreste do estado, e
trouxe ao encontro suas contribuições. “É importante para os jovens estarem
ativos, trazendo aqui as suas propostas e lembrando que temos vez e voz, e
precisamos falar sobre isso. A junção das juventudes de todas as regiões é
fundamental, porque cada local tem suas particularidades específicas” disse a
jovem.
Representantes do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC),
Associação de Defesa da Educação, Saúde e Assistência Social (Asserte), a
Prefeitura de Pesqueira, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a Visão
Mundial, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Co.liga, e a
ONG Safernet.
Confira as propostas aprovadas de acordo com o eixo:
Meio Ambiente, Transição Energética
1. Revisão das áreas desmatadas e a partir daí criar uma política de
compensação em territórios ilegalmente desmatados, com a participação de
populações vulneráveis (quilombolas, indígenas e demais comunidades
tradicionais).
2. Criação e ampliação dos programas e políticas de mini e macro geração de
energia solar descentralizada. Com financiamento público para produção nacional
da tecnologia em universidades, IFs e centros de pesquisa. Com a distribuição
gratuita para populações em vulnerabilidade social.
3. Criação de uma política ampla nacional de mitigação de mudanças climáticas
com dois principais eixos: a) Agroecologia e b) Contenção dos impactos
climáticos, principalmente em territórios urbanos.
Renovação do Sistema de Governança Global
1. Criação de um fundo e/ou tratado de emergência sanitária para países
emergentes, visando priorizar os países emergentes no recebimento de vacinas,
medicamentos e EPIs em caso de emergências sanitárias.
2. Acordo de Cooperação internacional pela pesquisa, produção e validação
científica dentro do G20, visando facilitar a troca científica entre os países
do G20.
Inclusão e Diversidade
1. Garantir o fortalecimento e ampliação da metodologia do selo UNICEF por meio
de formações permanentes intersetoriais que assegurem a especificidade e
interculturalidade no fortalecimento de políticas públicas de inclusão e
diversidade.
Inovação e o futuro do trabalho
1. Melhorar as condições de acesso das políticas públicas já existentes para os
jovens, do campo à cidade, através de um programa de inclusão digital com foco
na conectividade significativa, com letramento digital e inclusão social de uma
forma ampla.
Combate à fome
1. Processo de redistribuição de renda através da taxação das grandes furtuna,
e desmembrando numa renda universal/nacional.
2. Ampliação e fortalecimento de Programas de Segurança alimentar, como
cozinhas solidárias e hortas comunitárias.
Fotos:
Surama Negromonte/SCJ-PE
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