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quinta-feira, 6 de março de 2025

Revolução Pernambucana de 1817, o que Napoleão Bonaparte tem a ver com isso? "Vale a pena Ler de Novo"

 




 

06 de março – Data Magna de Pernambuco, o que essa data representa para nosso Estado, para a história do Povo Pernambucano? O dia 06 de março relembra o estopim da Revolução pernambucana de 1817. Mas fica a pergunta o que Napoleão Bonaparte tem a ver com a Revolução Pernambucana de 1817? Eu diria que o imperador Francês Napoleão tem sim haver com a nossa revolução, de forma “indireta”, mas têm. Senão vejamos, foi exatamente para escapar de Napoleão Bonaparte, que o Príncipe Dom João fugiu para o Brasil, trazendo consigo toda sua Corte, estima-se que essa mudança trouxe para o Brasil entre 10 e 15 mil pessoas.

 

Ao se instalar no Brasil a Corte precisava de recurso para manter seu funcionamento, seus costumes e suas festas. Para bancar tudo isso, impostos foram aumentados o que deixou muita gente insatisfeita, aliás pagar impostos nunca foi visto com bons olhos pela sociedade, não importa o lugar nem o tempo, pagar imposto sempre trouxe insatisfação, e quando o imposto torna-se abusivo a revolta aumenta, pois foi o que aconteceu nesta época. Outro ponto que contribuiu para o aumento dos impostos foi às campanhas militares na disputa do território da Cisplatina (território correspondente ao atual Uruguai). Sendo assim até o Uruguai tem a ver com a Revolução Pernambucana de 1817.

 

Além desses fatores, não podemos deixar de lado, a influência do movimento “iluminista” que caiu como uma luva, pois, trouxe subsídios ideológicos para Revolução Pernambucana de 1817. Juntando a insatisfação das elites com os impostos criados, as péssimas condições de vida, a adesão das classes mais pobres, dos padres e também de integrante da Maçonaria, a revolução ganhou corpo e de fato foi concretizada.



Pernambuco de fato tornou-se uma República independente, mesmo que por pouco tempo, foram pouco mais de 70 dias de independência, até a Coroa retomar o controle da situação, prendendo e consequentemente executando grande parte dos líderes da Revolução que foram: Domingos José Martins, José de Barros Lima, Cruz Cabugá, Padre João Ribeiro, entre outros.

 

É importante destacarmos as medidas implantadas pelo Governo Provisório, como por exemplo, a Proclamação da República; a Liberdade de Imprensa e a Liberdade de Credo; a Instituição do princípio dos Três Poderes (Executivo; Legislativo e Judiciário); aumento no Soldo dos Soldados, abolição dos impostos criados por D. João IV, e a Manutenção do trabalho escravo.

 

Podemos ver que, apesar da revolução ter um caráter liberal e republicano, algumas medidas implantadas pelo Governo Provisório buscavam beneficiar suas elites, como por exemplo, a extinção dos impostos criados por D. João VI, e a manutenção do trabalho escravo, duas medidas que beneficiariam diretamente as elites. Ou seja, uma Sociedade mais Justa e Igualitária na verdade não era a única, nem tão pouco a principal intenção.

 

Apesar de tudo, a Revolução Pernambucana de 1817 deixou um grande legado, principalmente ao Povo Pernambucano, nos marcando de vez como um povo aguerrido que luta por seus ideais, nos fez viver o sonho de um Brasil Republica, aliás, vivemos como Republica, mesmo que pouco tempo. Podemos dizer que a semente foi plantada, pois como diz parte de uma estrofe do nosso hino “(... a República é filha de Olinda...)”.

 

O dia 06 de março de 1817 modelou parte da história do Estado Pernambuco, tanto na questão política e territorial, tendo em vista que, uma das punições impostas pela Coroa, foi o desmembramento da Comarca das Alagoas, que pertencia a Pernambuco. 

 

Portanto, o 06 de março foi com muita propriedade escolhido para ser data magna de Pernambuco, pois esse dia retrata de forma singular a bravura de um Povo aguerrido e de tradições republicana.

Dito isto, vamos à pergunta inicial do texto, “o que Napoleão Bonaparte tem a ver com a Revolução Pernambucana de 1817”, podemos dizer que a participação do Imperador francês teve muito haver, pois, foi para escapar dele, que D. João VI, fugiu para o Brasil com toda sua Corte, o que gerou mais tarde as insatisfações das elites pernambucanas. No contexto geral podemos tratar Napoleão, D. João VI e tantos outros apenas como personagens de um contexto histórico e acima de tudo um contexto Geopolítico da Europa do século XIX, que acabou envolvendo o Brasil e consequentemente Pernambuco.

 

 

 

Por: Nilson Pereira da silva.

Geógrafo Licenciado pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB.

Pós-graduado em Ensino de História e Geografia e suas Linguagens pela UniCesumar.

Graduado em História pela UniCesumar

 

 

 

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