Três
mulheres, três histórias de coragem e esperança, que mostram que o amor-próprio
também é parte da cura.
Um
novo começo. Olhar-se no espelho e se amar. Mais do que estética, é a
busca por uma nova história. Uma celebração da vida. É assim que três mulheres
descrevem o momento que estão vivendo após passarem pela cirurgia de
reconstrução mamária.
Elas
participaram da Campanha do Outubro Rosa do Sistema de Saúde dos Servidores do
Estado de Pernambuco (Sassepe), que neste mês, além de realizar consultas e
exames para prevenção do câncer de mama e de colo do útero, também promoveu
cirurgias no Hospital dos Servidores do Estado (HSE) para reconstrução da mama
de mulheres que tiveram parte ou todo o órgão retirado devido à doença.
A
primeira a entrar no bloco cirúrgico foi Dione Ferreira, de 60 anos. Há 11
anos, ela vem escrevendo um novo capítulo em sua vida: um dos mais difíceis,
mas também um dos mais bonitos. Em 2014, descobriu um nódulo na mama esquerda
e, posteriormente, soube que precisaria retirar toda a mama. Em 2022, passou
por uma nova cirurgia. “É tão triste se olhar no espelho. Não desejo isso para
nenhuma mulher”, conta a professora, moradora de Olinda.
A
colocação da prótese só aconteceu anos depois, e o processo incluiu ainda 20
sessões de radioterapia. “Não vejo a hora de estar totalmente recuperada, de
voltar a gostar de me ver no espelho.” Mãe de duas mulheres, Dione faz questão
de deixar um recado para as filhas e para todas as mulheres: “Não podemos
esquecer de cuidar da gente. A mulher tem mania de cuidar de todo mundo e
esquecer dela própria.”
Cada
história é única, vivida de maneiras diferentes, mas todas carregam a mesma
esperança: a cura e uma vida nova. Foi com essa força que Miriam Gonçalo, de 54
anos, moradora do município de Aliança, enfrentou o câncer de mama. Desde 2022,
quando recebeu o diagnóstico, ela afirma que nunca sentiu medo. “Sabia que
seria um caminho longo, mas nunca me abati. Acho que o susto só foi no dia do
diagnóstico. Eu fazia o preventivo todos os anos, mas fui pega de surpresa.
Depois levantei a cabeça e decidi que sairia fortalecida.”
Vieram
as cirurgias. A primeira para retirada do quadrante, depois a mastectomia total
e, por fim, a colocação do implante de silicone. “Hoje é um dia muito feliz.
Estou vindo fazer a simetria da mama, porque elas não ficam iguais”, disse ela
momentos antes de seguir para o bloco cirúrgico do HSE. Miriam acredita que o
hábito de fazer exames preventivos foi o que possibilitou a descoberta precoce.
“Falo para todas as mulheres que se amem, que se cuidem. O diagnóstico não é
uma sentença; é uma chance de se cuidar e ficar curada.”
A
história de Maria Ângela Oliveira, de 65 anos, começou em 2011, quando, durante
um exame com o médico da família, ela descobriu que tinha uma mancha no seio.
Desde então, foram sessões de rádio e quimioterapia, duas recidivas, retirada
da mama e dos linfonodos da axila. Mas depois de um longo processo de
tratamento, na última semana, ela passou pela simetrização da mama no HSE.
“Digo para que as mulheres façam sempre o preventivo. Porque caso apareça um
câncer, você não se assusta, porque sabe que estava se cuidando. Ou seja, é
algo no início e a cura é mais certa”, contou.
Para o
chefe do setor de Cirurgia Plástica do HSE, Luiz Daconti, a reconstrução
mamária é parte integral do tratamento oncológico e não deve ser vista apenas
como uma questão estética. “Com esses procedimentos, devolvemos a autoestima e,
consequentemente, melhoramos a qualidade de vida dessas pacientes.”
Procedimento
- A simetrização da mama é um procedimento que busca resultados estéticos
semelhantes e equilibrados entre as duas mamas, harmonizando volume, forma e
posicionamento, para devolver às pacientes o bem-estar e a confiança diante do
espelho.
CAMPANHA
- Dentro da Campanha do Outubro Rosa do Sassepe, o Hospital dos Servidores
do Estado e as 12 agências do interior se prepararam para receber as mulheres.
A ação foi voltada para o público feminino entre 40 e 69 anos que não havia
realizado exames nos últimos seis meses.
A
campanha contemplou a realização de ultrassonografia das mamas, mamografia
digital bilateral e citologia oncótica. Até o momento, nas agências, foram
realizadas 515 consultas e, no HSE, 169, além da execução de mais de 850 guias
de exames.




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